Pilates para idosos: como se manter mais ativo na terceira idade?
Os exercícios terapêuticos constituem o principal recurso da fisioterapia já que podem atenuar problemas estruturais, melhorar o alinhamento corporal e resgatar a qualidade de vida — o que é muito relevante, sobretudo para os idosos. Então como funciona o Pilates para idosos?
O Método Pilates é eficaz para o tratamento de diversas patologias, inclusive daquelas que surgem na Terceira Idade. Além disso, o método busca não somente prevenir lesões, mas também tratar e reabilitar o paciente como um todo.
Mas o idoso pode praticar Pilates? Tire as suas dúvidas no post de hoje!
Por que os idosos devem praticar o Pilates
Em primeiro lugar, você sabe como surgiu esse método?
Joseph Hubertus Pilates foi um enfermeiro alemão do século XX e desenvolvedor dessa modalidade de exercício. Por volta de 1923 Joseph fundou seu primeiro estúdio em Nova Iorque.
Até 1980 novos movimentos ainda eram incorporados à técnica pelos seus alunos.
Em 1990, o Pilates chegou ao Brasil principalmente depois que alguns profissionais da Dança foram aprender a técnica nos EUA.
Qual a relevância do Pilates para Idosos?
Em menos de 6 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupará o sexto lugar entre os países com o maior número de idosos.
Dessa forma, será necessária uma série de estratégias que proporcionem o cuidado e a assistência devida a essa população. E o Pilates é uma delas.
Prevenir é sempre a melhor opção. Manter o condicionamento físico e prevenir perdas musculoesqueléticas ou funcionais é um dos principais objetivos do Pilates na Terceira Idade.
Inclusive esse método tem forte respaldo científico no manejo de lombalgias crônicas. Mais recentemente autores têm comprovado a eficácia do Pilates até em doenças específicas, como a Doença de Parkinson.
E qual o diferencial dessa terapia?
- Não são somente repetições de movimentos
Embora haja execuções repetidas de movimentos, respeitando a prescrição do instrutor, o Pilates também trabalha a concentração e a respiração.
Um dos objetivos dos exercícios é realizar os movimentos com a mente focada para que se possa explorar também o sistema sensorial. Além disso, é preciso concentração para alcançar controle e fluidez ao movimentar os segmentos corporais.
- Trabalhando o corpo como um todo
Um idoso com dor no joelho ou dor no ombro, por exemplo, provavelmente receberá atendimento voltado a esses segmentos corporais. Caso apresente outras queixas, elas serão colocadas em um segundo plano até que as principais sejam solucionadas.
No Pilates, mesmo que se tenha uma queixa específica, é provável que o resto do corpo se beneficie do exercício já que o movimento é amplo e multiarticular. Outros sistemas e componentes da aptidão física também podem ser aprimorados, como o sistema respiratório e o controle postural.
- O controle motor também é alvo na terapia
A reaprendizagem motora é outro diferencial do Pilates. O envelhecimento pode ocasionar a deterioração de vários sistemas do corpo, dentre eles, aqueles que permitem coordenar e organizar os movimentos.
Para muitos idosos os exercícios funcionais não bastam, um pouco mais de desafio é possível quando se aplica o método e se propõe exercícios globais. E com essa estratégia mais complexa há maiores benefícios.
Doenças da Terceira Idade e Pilates
A idade avançada inevitavelmente é acompanhada de algumas dificuldades, como a diminuição de mobilidade, o desequilíbrio ao andar, a fraqueza muscular e a presença de dores crônicas. Soma-se a isso também o déficit cognitivo e visual — muito comum na Terceira Idade.
Doenças neurológicas
As demências, o Acidente Vascular Encefálico e a Doença de Parkinson, por exemplo, são doenças relativamente frequentes na população idosa.
Na fisiologia dessas doenças neurológicas, há acúmulo de proteínas, morte de células neurológicas e diminuição de neurotransmissores do Sistema Nervoso Central, respectivamente.
Isso causa prejuízos cognitivos e funcionais, quando o idoso restringe suas atividades diárias por problemas ao andar, tomar banho e até mesmo ao se vestir.
Assim, o Pilates trabalha a concentração e o cognitivo, melhora a amplitude de movimento, a flexibilidade muscular e o controle motor proporcionando bem-estar e alívio de dores.
Doenças musculoesqueléticas
No que tange a esse segundo tipo de doenças, a osteoporose e a artrose são dois tipos de doenças também muito comuns.
E o manejo dessas condições é possível com o Pilates, em razão da possibilidade de fortalecimento de músculos específicos que trabalham a estabilidade articular.
Por se tratar de uma atividade com baixo grau de impacto, o Pilates tem se mostrado um instrumento eficaz e mais utilizado quando comparado a outros tipos de atividades física, como a musculação, por exemplo.
Cuidados especiais durante o atendimento no Pilates para idosos
Tendo em vista todas essas vantagens e aplicações do Pilates para idosos, a última informação crucial que pode interessar você é como acontece, na prática, o atendimento do idoso em uma aula de Pilates.
Desequilíbrio
Se para o praticante jovem tradicional alguns exercícios são desafiadores, para o idoso acontece a mesma coisa, mesmo quando a prescrição é adequada.
Por isso a supervisão é essencial durante o atendimento. Perceba se o instrutor está sempre de olho no paciente.
Tonturas
É muito comum, na nessa fase da vida, a ocorrência de disfunções autonômicas, alterações de pressão arterial e problemas no sistema vestibular (responsável pelo equilíbrio) — tudo isso culmina em tonturas eventuais.
É por isso que para cada aula, é preferível que haja no máximo 3 alunos por sessão. Assim a supervisão se dá de forma satisfatória.
Sobrecarga
Não é sempre o que o idoso estará com pique e disposição nos atendimentos.
Caso tenha passado por um final de semana mais agitado, por exemplo, a força muscular pode estar comprometida ou o corpo não estar aquecido o suficiente, o que requer percepção e conhecimento do instrutor.
Pilates em casa x Pilates no estúdio
Você sabia que o Pilates pode ser feito a home care?
As vantagens do Pilates para idosos, em casa, podem ser:
- Comodidade e atendimento individual sem deslocamento
- Opção para um paciente destreinado, que não queira utilizar tantos equipamentos e esteja na fase inicial do plano terapêutico
- Adequação do instrutor ao horário do paciente
Mas no estúdio pode ser melhor devido a:
- Exercícios avançados, com um maior leque de opções
- Socialização com a turma
- Maior disciplina e estabelecimento de uma rotina
Permita o Pilates na Terceira Idade
Não é raro vermos idosos sendo privados de algumas experiências, muitas vezes por superproteção ou mesmo por não dispor de uma pessoa próxima para acompanhamento e deslocamento.
Saia de sua zona de conforto e pratique o Pilates. Se possível, faça aulas experimentais para conhecer o profissional, e perceba os benefícios que a prática pode proporcionar na sua vida e na sua saúde.
Se quiser conhecer mais sobre o Pilates, veja nosso outro post aqui.
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